quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Amílcar Cabral - poesia

Perfazem-se hoje 38 anos sobre a morte de Amílcar Cabral A vida e obra deste líder carismático vai muito para além da política e da luta armada pela independência da Guiné Bissau e de Cabo Verde.
Para além de lider político, Cabral foi um interventor cultural e deixou um importante legado ao Mundo lusófono.
Em jeito de homenagem do “memórias” a Amílcar Cabral fica um dos seus poemas.





REGRESSO

Mamãe Velha, venha ouvir comigo
O bater da chuva lá no seu portão.
É um bater de amigo
Que vibra dentro do meu coração

A chuva amiga, Mamãe Velha, a chuva,
Que há tanto tempo não batia assim...
Ouvi dizer que a Cidade-Velha
– a ilha toda –
Em poucos dias já virou jardim...

Dizem que o campo se cobriu de verde
Da cor mais bela porque é a cor da esp’rança
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
– É a tempestade que virou bonança...

Venha comigo, Mamãe Velha, venha
Recobre a força e chegue-se ao portão
A chuva amiga já falou mantenha
E bate dentro do meu coração!

Amílcar Cabral

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