Para mim é um blogue de todos os dias. Mas isso sou eu que tenho uma importância relativa, considerando número de pessoas que visita os meus blogues, o meu mural do Facebook ou me segue no Twitter.
Outra coisa bem diferente é o “Delito de Opinião” ter considerado o “Alegre ou Triste” o blogue da semana.
Bem merecido Maninha!
É o reconhecimento à tua escrita, ao teu talento e à tua irreverência.
A Maninha tem uma forma muito sua de abordar a vida, de partilhar… opinião, sentimentos, dúvidas, devaneios, realidades… sonhos.
E eu gosto!
A indignação não é de hoje. A história da humanidade está recheada de indignação e de indignados. Gente que não se resigna, gente que sempre lutou, gente a quem aprisionaram o corpo porque as ideias não se agrilhoam, gente a quem torturaram mas que não deixaram de lutar. Para os indignados de hoje, para os que sempre se indignaram fica este tema de um indignado que nunca se conformou.
Mão amiga enviou-me a informação que abaixo transcrevo e o link para as imagens de uma noite de ópera onde a revolta contra o despotismo se manifestou. Não deixem de ver e ouvir.
No último dia 12 de Março a Itália festejava os 150 anos de sua criação, ocasião em que a Ópera de Roma apresentou a ópera Nabuco de Verdi, símbolo da unificação do país, que invocava a escravidão dos Judeus na Babilónia, uma obra não só musical mas também, política à época em que a Itália estava sujeita ao império dos Habsburgos (1840).
Sylvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida pelo maestro Ricardo Mutti. Antes da apresentação o prefeito de Roma, Gianni Alemanno - ex-ministro do governo Berlusconi, discursou, protestando contra os cortes nas verbas da cultura, o que contribuiu para politizar o evento.
Como Mutti declararia à TIME, houve, já de início, uma incomum ovação, clima que se transformou numa verdadeira "noite de revolução" quando sentiu uma atmosfera de tensão ao se iniciar os acordes do coral "Va pensiero" o famoso hino contra a dominação. Há situações que não se pode descrever, mas apenas sentir; o silêncio absoluto do público, na expectativa do hino; clima que se transforma em fervor aos primeiros acordes do mesmo. A reação visceral do público quando o coro entoa - "Ó minha pátria, tão bela e perdida Ao terminar o hino os aplausos da plateia interrompem a ópera e o público se manifesta com gritos de "bis", "viva Itália", "viva Verdi".
Não sendo usual dar bis durante uma ópera, e embora Mutti já o tenha feito uma vez em 1986, no teatro La Scala de Milão, o maestro hesitou pois, como ele depois disse: "não cabia um simples bis; havia de ter um propósito particular".
Dado que o público já havia revelado seu sentimento patriótico fez com que o maestro se voltasse no púlpito e encarasse o público, e com ele o próprio Berlusconi.
Fazendo-se silêncio, pronunciou-se da seguinte forma, e reagindo a um grito de "longa vida à Itália" disse RICCARDO MUTTI:
"Sim, longa vida à Itália mas... [aplausos]. Já não tenho 30 anos e já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto aquiesço ao vosso pedido de bis para o Va Pensiero. Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o coro que cantava "Ó meu pais, belo e perdido", eu pensava que a continuarmos assim mataremos a cultura sobre a qual assenta a história da Itália. Neste caso, nós, nossa pátria, será verdadeiramente "bela e perdida". [aplausos retumbantes, inclusive dos artistas da peça] Reina aqui um "clima italiano"; eu, Mutti, me calei por longos anos. Gostaria agora...nós deveríamos dar sentido a este canto; como estamos em nossa casa, o teatro da capital, e com um coro que cantou magnificamente e que é magnificamente acompanhado, se for de vosso agrado, proponho que todos se juntem a nós para cantarmos juntos."
Foi assim que Mutti convidou o público a cantar o Coro dos Escravos. Toda a ópera de Roma se levantou... O coral também se levantou. Vê-se, também, o pranto dos artistas. Foi um momento magnífico na ópera! Um momento intenso e de grande emoção para os apaixonados pela liberdade!
A minha neta (Maria Margarida, como a minha avó materna) completa hoje 3 anos.
Deixo este pequeno vídeo com fotos dela (eu e a avó também por lá aparecemos) e um tema da Marisa.
A Margarida nasceu em Lisboa há 3 anos eu estava em plena pré campanha eleitoral em Ponta Delgada